quarta-feira, 22 de agosto de 2012


O gelo e o ódio

 O ódio é amargo.  Sua presença é dolorosa. Teu cheiro é ruim. Teu ar, gélido.
 Você esperou o momento certo, a pessoa certa,  as palavras adequadas e o ponteiro exato.  Depois de anos veio visitar meu coração doente.  Você veio me mostrar que a vida não é tão contente. Veio me dizer que não mereço ter um pai presente. Mas sua visita não durou tempo o suficiente,  tempo para que os suas intenções endurece- se o meu coração sofrido.  Fui agiu. Sabia, talvez.  Ao sentir sua presença,  me assustei. Fugi.  Caminhei até a janela. Esquentei meu café amargo. E olhei para aquele céu azul breu. De fundo uma musica a tocar. Vozes chorosas  como trilha sonora daquela novela devastadora, a qual eu e você  participávamos.
Um gelo em forma humana e três corações ardentemente chorosos. Claro, que esses quatro elementos não podem viver na mesma corrente, viver no mesmo lar. Não há soluções  químicas o suficiente neste mundo que  consiga fazer o gelo e o fogo andar de mãos dadas.  Não há laços entre o amor e o ódio, não há junção entre a harmonia e o egoísmo.
Por isso meu amigo, gelado. A porta é a serventia da casa. Ah, e, por favor, leve o ódio que você trouxe   a mim na sua mochila. Ambos não me fazem bem. Talvez  em algum entardecer, nós se esbarremos por ai. 
Esbarremos-nos para que , você caia. Caia, e quebre este coração de pedra gélida. Que  este esbarrão destrua todo o egoísmo, indiferença e a falta de compaixão, que existe nesse coração que  aliás, parece mais uma geladeira.
Que em alguma data de agosto, você se lembre de que em sua vida existiu quatro pequenas chamas de amor em seu caminho, há qual o único intuito deste  fogo era derreter este homem de gelo que aos poucos você se tornou. Rezo, para que dia as chamas do amor volte brilhar em  seu caminho, fazendo deste homem gelado ser quente e agradável como um fogão a lenha.
Juliana Stefany

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